Começando pela sua definição , défice calórico ocorre quando há um consumo de menos calorias do que aquelas que o nosso corpo gasta .
Em todas as dietas que existem , sejam elas quais forem , todas elas são feitas com base num défice calórico . Por isso é muito simples , se queres perder peso , tens de estar em défice calórico .
Contudo , varias pessoas fazem as restrições calóricas ate que excessivas e não conseguem perder peso , enquanto que outras ate engordam ! O que se pode passar neste caso?
Há inúmero fatores que podem atrapalhar a perda , sejam eles o stress, problemas hormonais , ou ate mesmo o simples facto de pensarem que comem 1500 calorias quando na volta comem 2500 .
-STRESS
Embora o nosso corpo esteja bem preparado para lidar com stress pontual, o mesmo não acontece quando a exposição à “agressão” é crónica , aumentando a produção de cortisol e levando a acumulação de gordura , retenção de líquidos , resistência a insulina , catabolismo muscular, etc.
O Cortisol não está preocupado se vivemos ate X idade , ele apenas se preocupa para sobreviver a agressão do momento e a possíveis agressões idênticas no futuro , reservando assim mais energia , mais gordura.
A acumulação de gordura não é igualmente distribuída pelo corpo, sendo a zona abdominal a mais afetada.
O cortisol também pode reduzir a taxa metabólica e tornar-nos mais “poupados” (no mau sentido). Ele pode inibir a produção de TSH e conversão de T4 em T3, a forma ativa das nossas hormonas tiroideias. Mais uma vez, queremos tornar-nos o mais eficientes e poupados possíveis.
O nosso corpo está muito bem preparado para ter uma resistência extrema à agressão. Se não fosse isso estaríamos mortos bem mais cedo com todas as situações a que o expomos diariamente e ao choque que lhe damos. Mas quando esta agressão supera toda e qualquer resiliência possível entramos em modo de sobrevivência. Manter-nos vivos é a prioridade do nosso corpo e esta é apenas a sua melhor resposta ao contexto que lhe apresentamos. A nossa forma de estar precisa sim de ser mudada , senão passamos o resto dos nossos anos à procura de estratégias milagrosas para aliviar os sintomas, sem nunca resolver o que é realmente a causa. E neste caso , a resposta não está só na Nutrição, mas na integração de todas as diferentes áreas e abordagens do indivíduo como sistema interligado com o meio envolvente.
-PARTE HORMONAL
Quando o nosso corpo está em défice energético durante muito tempo, entramos num “modo de sobrevivência” e a nossa taxa metabólica tende a baixar. Ficamos a gastar menos energia e tornamo-nos mais eficientes. Este fenómeno é em grande parte devido a uma redução da síntese e atividade das hormonas da tiroide, podendo levar a um hipotiroidismo, resultando no ganho de peso pela forma de gordura e dificuldade em perdê-lo. Outros sinais induzidos por este “modo de sobrevivência” são também a fadiga, cabelo seco, depressão , irregularidades menstruais , fraqueza , ritmo cardíaco lento , etc.
O impacto a qualidade de vida é imenso e, como qualquer disfunção, pode ser tratado, sempre através dos profissionais com conhecimento e formação na área.
-Por ultimo , mas não menos importante, há casos em que não há problemas hormonais nenhuns .. apenas erros na perceção das calorias diárias ingeridas .. É fulcral que exista um acompanhamento nutricional por detrás, pois em muitos casos , o individuo X pensa que consome 1500 calorias e revolta-se porque não consegue perder peso , mas na volta anda a ingerir 2000 sem se aperceber…
Tudo o que é super restrito dá em chatice ao fim de algum tempo , a melhor dieta é aquela que conseguimos manter por mais tempo. Vale muito mais o défice calórico ser pequeno e andarmos a comer BEM , do que o défice calórico ser grande e andarmos quase como mortos vivos e propensos a ter problemas .
💬https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28119632
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24423293
http://metabolicedge.pt/o-stress-engorda/?fbclid=IwAR1YdaD6joUK0rGl_Mj_mlcHnYqG5oqJLOsbA6rktdi20GQcNFLnUlIsxxU
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